Com a repercussão do caso de uma menina de 11 anos sendo coagida a manter sua gestação após ter sido vítima de violência sexual, deputados fundamentalistas de Santa Catarina se uniram para realizar uma verdadeira cruzada contra os direitos de meninas e mulheres já garantidos em lei. Com a justificativa de que houve vazamento de imagens de um processo em segredo de justiça, solicitaram a instauração de uma CPI para investigar e constranger a própria vítima de violência sexual, sua família, os profissionais de saúde que realizaram o procedimento e as jornalistas que colocaram o caso na mídia.
Além do Mapa do Acolhimento, cerca de 20 organizações feministas se reuniram, para cobrar do presidente da ALESC que se posicionasse contra a abertura da CPI. A campanha contou com a adesão de mais de 10 mil pessoas mobilizadas - mas o clamor popular não foi suficiente para aplacar o conservadorismo e as tentativas de revitimizar a menina. A CPI foi instaurada em outubro e encerrou os trabalhos com a aprovação do relatório final em dezembro. Os deputados membros da CPI concluíram que houve possíveis irregularidades no processo e manifestaram-se pelo envio do relatório final à Defensoria Pública de SC, OAB, Tribunal de Justiça, Ministério Público de SC e Ministério Público Federal para encaminhamento e a instauração de procedimentos administrativos e judiciais. Apesar da derrota, continuaremos de olho nos desdobramentos deste caso - e em todas as outras investidas contra os direitos das meninas e mulheres.
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